sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Forbes inclui Fidel entre líderes mais ricos do mundo

A revista financeira americana Forbes avaliou a fortuna pessoal do líder cubano Fidel Castro em US$ 150 milhões (cerca de R$ 450 milhões) em sua edição anual das pessoas mais ricas do mundo. A Forbes classificou Fidel na categoria Líderes e Realezas, atrás de personalidades como o líder palestino Yasser Arafat, com US$ 200 milhões.

...e viva a distribuição de riquezas!

Retração da economia não desanima Lula: "vamos crescer muito mais".

Ahn?! Crescer mais pra baixo?

Não é difícil se assustar com a carga ideológica presente nos jornais - menos pela ausencia anterior e mais pela pela falta de sutileza atual, sempre pendendo pro lado de lá, é claro - mas depois de ver uma coisa dessas na parte de "humor" é facil perceber que quem pensa que esse país não tem mais pra onde descer ainda não viu nada:



Uma das maiores vitórias do esquerdistas seria conseguir transformar "liberdade" em um palavrão, como fizeram com "capitalismo". Ainda bem que esse dia ainda parece estar longe apesar do esforço...

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

No "caso Waldomiro Diniz" um detalhe que me chamou a atenção - além do tamanho da cobertura do caso, bem maior do que eu esperava - foi que sempre que se referem a quem está na fita, falam do "bicheiro Carlinhos Cachoeira". Assim pode-se concluir que o imaculado integrante do partido foi corrompido pelo empresário criminoso, invertendo só um pouquinho a situação mostrada pela fita.

Bicheiro pra lá, bicheiro pra cá mas espere um pouco. Ser bicheiro não é ilegal? Então se ele é um bicheiro deveria estar preso, se não está é porque não é, ou pelo menos ninguém conseguiu provar que é, até porque "todos são inocentes até que se prove o contrario". Não sou nenhum especialista em direito, mas acho que essa situação se encaixa perfeitamente na definição do crime de calúnia. Até fui atras dela no Codigo Penal:

Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos e multa.


Mas quem se importa, isso é apenas um detalhe...

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Falando em indio, uma pergunta que sempre me faço é: "O que é ser indio?"

Pra mim, indio que usa calção da Adidas vermelho com listra branca não é indio, indio usa tanga (quando muito). Indio que sequestra funcionario da FUNAI pra exigir posto de saúde na tribo não é indio, indio vai atras do pajé.

A desculpa utilizada pelos "defensores dos indios" é sempre a de "preservar a cultura", eu me pergunto de novo: "Qual a vantagem de preservar uma 'cultura' pré-historica?". Além do mais, os índios querem preservar sua cultura? Eles querem continuar vivendo como viviam, mesmo sabendo dos avanços tecnologicos da civilização?

O que parece é que eles querem é se aproveitar dos avanços mas sem ter as obrigações de se viver na sociedade. Para isso eles ficam fazendo de conta que são indios, cantando umas musiquinhas e pintando a cara com tinta guache, enquanto exigem sementes, remedios e, como eu assisti esses dias em um protesto, vagas na universidade. Quem precisa de um diploma pra viver no meio do mato?

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Indios que roubaram animais impediram os donos de levarem os animais de volta para casa, os dois grupos entraram em conflito, um indio levou um tiro de um dos capatazes e uma mulher de 68 anos foi atingida com um golpe de facão por um dos indios. A Polícia Federal fez a reconstituição da cena do tiro que atingiu o indio. O atirador branco ainda não foi identificado e a arma do crime desapareceu, conforme informações da Polícia Civil.

Facão? Que facão?

Falando em "As Seis Lições", não esqueçam de participar do Prêmio Donald Stewart Jr, que dará 3 bolsas de estudo para o Summer Seminar da Foundation for Economic Education – FEE, em Irvington-on-Hudson, Nova York. Para participar basta fazer um ensaio sobre "as aplicações para o Brasil do livro 'As Seis Lições'". Aplicações não faltam...

É triste ler uma besteira dessas:

Entretanto, a prosa fácil de Mises pode levar o leitor a esquecer dos males causados pelo liberalismo em excesso, tais como a formação de trustes, cartéis, oligopólios e dumpings.

Nisso que dá colocar gente que não sabe absolutamente nada do que está falando - e que para escrever uma bobagem desse tamanho não leu o livro - para "resenhar" livros...

Não preciso explicar que todos os "males causados pelo excesso de liberalismo" citados tem ligação direta com a intervenção do Leviatã na economia, ou seja, exatamente o contrario do liberalismo de Mises. Nesse mesmo livro Mises explica que não existe um meio termo, ou seja, não existe "excesso de liberalismo".

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Hoje passando pelos canais, parei na GloboNews durante os comerciais, que como na maioria dos canais de TV a cabo são do proprio canal. O primeiro, que mais parecia propaganda do projeto do governo, dizia: "Assista a seguir, no Espaço Aberto, como o Projeto de Parceria Publico-Privada vai ajudar o Brasi". Logo a seguir é anunciada a entrevista com uma "celebridade": "O homem que é da paz mas que nunca fugiu a luta, principalmente social: Frei Betto". E por fim, a nova paixão nacional: "Veja no Sem Fronteiras o que Bush e Blair, envolvidos numa rede de mentiras para justificar a guerra, estão fazendo para tentar recuperar a credibilidade".

Todas com palavras muito bem escolhidas. Eu gostaria de ter sido avisado que a GloboNews virou canal oficial do governo...

Cheguei a esperar pra começar a assistir o tal "Espaço Aberto", programa que pelo que eu entendi, deveria ser algo como um debate - com um mediador/entrevistador, um "a favor" e um "contra". Mas como bom debate brasileiro, tinha dois do mesmo lado, e o "mediador" tentando empurra-los mais ainda para esse lado.

Só que logo no inicio do programa uma frase me doeu os ouvidos: "O projeto visa unir a eficiencia do Estado com a eficiencia da iniciativa privada". Depois dessa eu fui obrigado a mudar de canal. Prefiro assistir a alguma coisa da minha dimensão, onde Estado e eficiência são antíteses...

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Essa "Reforma do Judiciário" tem o mesmo mal cheiro do tal "Pacto Social", tanto falado no inicio do mandato. Até as palavras usadas são praticamente as mesmas. O "pacto social" criaria um "conselho" composto de "representantes de várias áreas da sociedade" - todos eles indicados pelo governo, é claro - que aprovaria, ou não, os projetos de lei antes de serem colocados em votação. Agora ouço de novo as mesmas palavras saindo da boca do presidente: Um "conselho", formado por "representantes de várias áreas da sociedade", para que se tenha um "controle externo" do judiciário.

Ao mesmo tempo, ou um pouco antes até, várias "operações anaconda" aparecem para desenterrar os podres do judiciário e mostrar a todos como os juízes são corruptos, e precisam ser "controlados externamente". Já reclamei aqui do "timing" do governo, agora tenho que dar o braço a torcer e dizer que dessa vez foi praticamente perfeito.

Conselhos formados por pessoas indicadas pelo partido que controlam todos os poderes. Isso fede.

p.s. - Acho que gastei todas as aspas do teclado...

Como ando meio sem inspiração para escrever vou transformar a resposta a um comentário em um post, até porque a resposta ficou meio grande. O comentário é do nosso colega Vladmir, no post sobre a agressão, pelos sem-terra, de um pai que tentava levar o filho ao hospital, que me cobra a mesma "indignação" em duas situações diferentes.

Primeiro no caso em que "jagunços a mando de donos de terra assassinaram os delegados do ministério do trabalho em Unaí" (palavras dele). Antes de qualquer coisa eu gostaria de entender com base em que ele fez essa afirmação. Como ele sabe disso? Só consigo imaginar duas hipóteses: A primeira que ele estava lá, e supondo que - como foi noticiado - não houve testemunhas, no local e hora do crime só haviam assassinos e assassinados, para ele estar escrevendo um comentário aqui ele deve ser um dos assassinos. A segunda é que ele é onisciente, e portanto, Deus. O que tenho uma certa relutância em acreditar.

A polícia está trabalhando com a hipótese de latrocínio, até porque um dos assassinados conseguiu dirigir por alguns quilômetros e relatar que foi anunciado o assalto, antes de morrer. É claro que a hipótese de "execução" não pode ser descartada, e até acredito que tenha grande chance de se provar verdadeira, mas antes de concluída a investigação - e quem sabe depois - a única maneira que vejo de se fazer uma afirmação dessas é se enquadrando em uma das duas hipóteses que coloquei anteriormente, e a primeira hipótese ainda fica meio em duvida, já que se provado que foi realmente uma execução, até mesmo uma pessoa que estava lá - um dos assassinados - não sabia.

Mas eu suspeito que se perguntar ao nosso colega como ele sabe, a resposta vai ser algo como "Está na cara, todo mundo sabe". É interessante como o senso comum é utilizado para justificar o próprio senso comum. A realidade? Quem se importa com esse instrumento de dominação burguesa...

Também é interessante nesse caso notar que ele sempre vem acompanhado da expressão "trabalho escravo". Pelo menos no dia do crime, a versão do Ministério do Trabalho era que os fiscais estavam investigando contratações temporárias de trabalhadores durante a época de colheita do feijão se não me engano, que muitas vezes eram feitas "irregularmente", ou seja, sem pagar os encargos trabalhistas. Claro que isso não causa "indignação", se assim dito, já que todo mundo sabe que se for para seguir à risca a aberração que é a legislação trabalhista brasileira acabam todos desempregados. Falar "trabalho escravo" causa muito mais impacto, com a vantagem de se poder colocar logo em seguida uma reportagem sobre investigações de "trabalho escravo" em fazendas de algum político da oposição...

A segunda cobrança é de "2000 trabalhadores rurais sem terra [que] foram asassinados, sem contar os sindicalistas rurais, os repórteres que investigam alguma coisa, o pessoal da CPT, e militantes envolvidos na questão agrária". Não posso falar muito desse numero tirado da cartola (se você citar a CPT como fonte eu paro por aqui...). Não acredito no número, pela simples falta de fonte, mas mesmo que houvesse uma fonte eu duvidaria que todos eles foram "assassinatos", pelo menos até que, de alguma maneira se conseguisse provar, caso a caso, isso e por fim eu duvidaria que todos têm alguma relação com fazendeiros, até que ficasse provado o contrario, caso a caso obviamente.

Mas mesmo que tudo isso se provasse verdade, têm que ser descontados os casos em que as mortes foram de invasores e aconteceram dentro das propriedades dos fazendeiros, que têm, ou pelo menos deveriam ter, o direito de defender a sua propriedade.

Nos casos restantes, em que os assassinatos foram fruto do puro sadismo e sede de sangue burguesa dos latifundiários, se você me mostrar a imagem do assassinato acontecendo eu ficarei indignado sim. Só ouvindo você falar fica difícil, infelizmente me acostumei a não acreditar em tudo que ouço.

No proprio caso do espancamento do pobre pai, se eu fosse acreditar no que estava sendo falado ao invés de acreditar no que estava vendo, acreditaria que ele "tentou furar o bloqueio", coisa que a imagem que estava sendo mostrada naquele exato momento - do pai sendo espancado, a pé - desmentia, e nem precisaria desmentir, basta perceber que se a intenção fosse furar o bloqueio ele não desceria do carro para tentar convencer os baderneiros a deixa-los passar. Furar o bloqueio seria uma atitude louvavel, apesar de na maioria das vezes não ser muito inteligente, principalmente quando lidando com baderneiros que não tem nada a perder, mas nem isso ele tentou e ainda assim tentaram colocar a culpa nele por ter sido espancado.