A sequência de notícias chega a ser cômica:
Médico que disse que Chávez viveria dois anos foge da Venezuela
Um médico que disse que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tem expectativa de vida de apenas dois anos fugiu do país dizendo se sentir ameaçado.
...e logo depois:
Médicos desmentem previsão de que Chávez deve morrer em dois anos
O presidente, teve o seu câncer diagnosticado e tratado cedo. De acordo com os tratamentos complementares, seu estado atual é bastante satisfatório, com um excelente prognóstico,' disse o Dr. Fidel Ramirez, durante uma entrevista coletiva transmitida ao meio-dia.
A escolha do verbo na segunda manchete é um ótimo exemplo de como uma notícia pode trazer implícito um juizo moral enquanto se disfarça de imparcial. Poderia ser 'alegam', 'dizem', 'discordam', 'afirmam', 'negam' ou dezenas de outros, mas não, escolheram 'desmentem'.
O nome do médico que 'desmentiu' deixa a piada mais engraçada. A ficção tem um limite para o ridículo que a vida real parece não ter.
terça-feira, outubro 25, 2011
Quando repetir a mentira não é suficiente II
Postado por Giovani MacDonald às 6:01 da tarde 0 comentários
Quando repetir a mentira mil vezes não é suficiente
Economists Quake as Argentina Votes
In a bitter showdown, the 12 consultants are fending off government investigations, accompanied in most cases with fines of 500,000 pesos ($119,000) under an obscure consumer-protection statute called the "commercial loyalty law." Three of the most outspoken consultants have been singled out for additional criminal charges under a financial-speculation law. Their offense, in the eyes of the government, is insisting in press interviews or in their own published reports that Argentina's real inflation rate is between two and three times the official government rate of 9.9% annually.
Postado por Giovani MacDonald às 2:16 da tarde 0 comentários
quinta-feira, outubro 20, 2011
Discriminar é viver
Ao contrario do mantra socialista, ninguém é igual, todos são diferentes. Cada indivíduo é absolutamente diferente do outro e essa é a grande beleza da humanidade. Gosto - como diz o ditado - é como orifício anal, cada um tem o seu. Gostar ou não de uma pessoa é uma escolha pessoal e cada um tem seus afetos e desafetos. Escolher uma pessoa em detrimento de outra é discriminar e isso não é por si só nenhum problema ético ou moral, é natural.
Infelizmente os socialistas dominam a esfera pública (o que faz sentido, afinal os que acreditam que cada inivíduo deve cuidar da sua vida estão cuidando da sua vida, enquanto os que querem impor suas ideias estão igualmente trabalhando para isso) e as leis que criminalizam a discriminação se multiplicam. Raça, sexo, preferência sexual, e agora até ter ou não uma doença, todos já têm suas leis ou projetos.
A desculpa é que discriminar com base nesses critérios seria injusto. Ao contratar um funcionário, o empresário vai sempre precisar discriminar, um candidato agrada mais que outro, uma escolha tem que ser feita. Afirmar que um empresário deixa de contratar um negro, homosexual ou doente, apenas por ser/estar assim, é chamar o empresário de idiota. É dizer que ele prefere contratar um funcionário pior por um critértio irracional. O mercado tem uma solução pra isso: se o empresário fizer disso uma prática, o concorrente vai contratar o funcionário melhor, vai ter um produto ou serviço melhor e ele vai quebrar. A lei só faz diferença quando a discriminação não era injusta.
O problema desse tipo de lei é que ele transforma os 'protegidos' numa casta superior, uma criança mimada que não pode ser contrariada que sai gritando 'discriminação!', 'cadeia!'. Todos os outros se transformam em reféns da sua vontade com medo de serem acusados do crime de discriminação. Os incompetentes são os grandes beneficiados por esse tipo de lei, os competentes têm sua competência a mostrar e não precisam ser protegidos, os incompetentes têm apenas a cor da pele, a declaração de preferência sexual ou o atestado médico.
Postado por Giovani MacDonald às 1:53 da tarde 5 comentários
terça-feira, outubro 18, 2011
Going Galt
Venezuelan Diaspora Booms Under Chávez
Waves of white-collar Venezuelans have fled the country's high crime rates, soaring inflation and expanding statist controls, for destinations ranging from Canada to Qatar [...] To be sure, millions of Latin Americans have migrated to the developed world seeking a better life, but until recent years, Venezuelans weren't part of these huddled masses. And the ones who are leaving generally aren't the poor, but rather, middle-class professionals.
Postado por Giovani MacDonald às 1:45 da tarde 0 comentários
quinta-feira, outubro 13, 2011
Livres para votar Sim
Uma das práticas comuns na União Européia que acho incrivelmente absurdas é realizar novas votações cada vez que alguma medida é rejeitada. É um modelo de democracia interessante: vocês são livres para votar no que quiserem, mas o resultado só é final quando a medida for aprovada.
Aconteceu com o veto irlandês ao Tratado de Lisboa e tudo indica que acontecerá novamente com o veto eslovaco à ampliação do fundo de resgate europeu.
Os petistas gostaram muito do modelo, já estão tentando isso com o Referendo do Desarmamento, devem tentar com a CPMF e assim por diante...
UPDATE: Dito e feito
Postado por Giovani MacDonald às 6:37 da tarde 0 comentários
Meios e fins
Como bom direitista, acredito que as únicas funções que são essencialmente estatais são as de polícia, justiça e exército. Os males inerentes ao Estado continuam presentes na administração dessas funções, mas como são funções monopolistas por natureza é um mal necessário. Um dos principais males da administração estatal é que a quantidade de controles (necessários) tornam as instituições complexas demais e o objetivo acaba sendo eclipsado pela manutenção da própria máquina.
Um exemplo disso, nesse caso com a polícia, foi publicado essa semana, negrito meu:
A ousadia de uma mulher, mantida como refém na madrugada da última segunda-feira (10), ajudou a polícia a impedir um assalto em Campo Grande (MS). Dois homens invadiram a casa da família da vítima, que fica no bairro Jardim Noroeste, e mantiveram a mulher, o marido dela e os dois filhos do casal presos dentro da residência. Mesmo durante a ação, a dona da casa aproveitou um momento de descuido dos assaltantes e conseguiu ligar para a polícia do aparelho celular da filha. Sussurrando, ela informou à atendente do 190 sobre o fato. "Mesmo diante daquela pressão toda ela conseguiu fazer a ligação. Por outro lado a gente não pode tirar o mérito da atendente do Ciops, que conseguiu captar o endereço e dar crédito à ocorrência e também à ação dos policiais, o que possibilitou a prisão dos indivíduos", disse o tenente que atendeu a ocorrência.É sutil, mas percebam que o policial considera importante a decisão da atendente que 'deu crédito à ocorrência', ou seja, levou a ligação a sério. Ele está afirmando que é prática comum no atendimento ignorar ligações que não são consideradas críveis. Isso se justificaria pela grande quantidade de trotes recebidos pela polícia. O problema é que seguindo esse raciocínio conclui-se que a polícia optou por ignorar algumas ligações emergenciais verdadeiras - afinal os atendentes são pessoas e, cedo ou tarde, vão errar - em troca de otimizar o seu próprio funcionamento. Não basta estar sendo ameaçado por um bandido armado sem condições de reagir (afinal suas armas foram tiradas pelo Estaburro), você tem que convencer o policial do outro lado da linha de que está falando a verdade, e o tempo não está do seu lado. Para a polícia é uma estatística, para a pessoa que teve a ligação ignorada pode ser questão de vida ou morte.
Isso acontece também na justiça. Já discuti com um juiz conhecido que era um absurdo emitir uma sentença não porque ela era justa, mas porque do contrário aquele caso geraria um atraso no funcionamento da justiça. Tive essa mesma discussão com pelo menos mais um juiz e um par de advogados, ou seja, pessoas que trabalham na máquina, nenhuma delas vê problema nisso. Acham que qualquer coisa que agilize a justiça é válida. Mesmo deixar de fazer Justiça?
Ter o lucro como único e claro objetivo é um benefício da iniciativa privada. Se uma empresa está gerando lucro é porque ela está cumprindo a sua função. Como já dizia Bastiat, o objetivo do padeiro não é colocar pão na sua mesa, o objetivo dele é ter lucro. Sorte a sua. Se a padaria fosse estatal provavelmente faltaria pão (pago antecipadamente com impostos), já as justificativas envolvendo o bom funcionamento da padaria e discursos sobre a importância do pão para a sociedade existiriam aos montes.
Postado por Giovani MacDonald às 4:55 da tarde 2 comentários