terça-feira, julho 29, 2003

Algumas resportagens, principalmente as um pouco mais longas, as vezes merecem um "esquartejanmento" (Vou comentar algumas partes, mas é melhor que a leiam na integra):

Ao relançar nesta segunda-feira a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), extinta em 2001 no rastro de uma avalanche de denúncias de corrupção..."

Paro um pouco aqui para uma pergunta: Alguém duvida que a "nova" SUDENE vai se tranformar no mesmo antro de corrupção e ralo de recursos que a "antiga"? Eu não.

...garantiu que, em seu governo, a política vai se sobrepor à economia."

É triste suspeitar que, quando ele disse "economia" ele na verdade queria dizer "mercado". Todos que tentaram se "sobrepor" ao mercado se deram mal, e com ele, se resolver insistir nessa besteira, não será diferente.

Em seu discurso, ele condenou a "visão economicista" ao fazer coro com o economista Celso Furtado, o idealizador da Sudene, em 1959.

Quem sabe poderiamos trocar a "visão economicista" por uma "visão social", já que é uma palavra tão querida. O problema é que estamos presos a uma coisa chamada realidade, que não se preocupa com o nome que damos a nossa "visão" e sim com as ações que tomamos. Na decisão dessas ações, a melhor visão é a que olha de frente para a realidade, não a que se esconde atras de palavras agradáveis.

Com 83 anos, o economista leu com dificuldade um texto elogioso a Lula e disse que a administração petista não se subordina eteses doutrinárias.

Ainda bem que essa frase foi aí colocada, assim pelo menos não me sinto culpado por achar que o economista está é gagá...

"Uma visão eminentemente economicista da administração de um país do tamanho do Brasil pode ser um equívoco, porque a política, efetivamente, é que tem de determinar os passos que vamos dar", disse Lula.

Será que o nosso querido presidente acredita mesmo que as pessoas realmente gostariam que os políticos determinassem suas vidas? Não posso responder por todos, mas por mim posso: Não, definitivamente não.

Na cerimônia, Lula defendeu o relançamento da Sudene com a alegação de que as instituições, em si, não são corruptas.

Esse é um primor de raciocínio, as instituições não podem ser corruptas, só pessoas tem essa "capacidade". O problema é que onde existe dinheiro, e nesse caso normalmente é muito dinheiro, aparecem, como cogumelos, pessoas atras desse dinheiro. O que não seria problema se o dinheiro tivesse um dono para zelar por esse dinheiro, mas como esse dinheiro não tem dono ("O que é de todos não é de ninguém") acaba facilmente indo pro ralo, independente de quem esteja "no comando", que normalmente acaba também seduzido pelo canto da sereia.

Ao chegar ao Banco do Nordeste, Lula foi obrigado a entrar por trás porque uma manifestação de aproximadamente 50 servidores públicos contrários à reforma da Previdência praticamente bloqueava a passagem...Uma das faixas, assinada pela Liga Bolchevique Internacionalista, dizia "Abaixo as emendas neoliberais do governo burguês Lula/FMI".

Com esse final ficou difícil esconder um sorrisinho de canto de boca...

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