Amanha está marcado para acontecer o leilão da administração das contas salário do funcionalismo do estado de Santa Catarina. Atualmente o pagamento é feito através do BESC, banco inicialmente estadual, que depois de passar por dificuldades foi federalizado e agora está sendo administrado pelo governo federal, ou seja, pelo PT.
A venda das contas vai, se não inviabilizar completamente, pelo menos deixar o banco em uma situação cambaleante. Ela foi uma maneira que o governo do estado, do PMDB, encontrou para arrecadar recursos, estima-se que sejam arrematadas por algo em torno de R$200 milhões. Lembrando que o leilão ainda não é certo, como sempre haverão liminares, protestos e o escambau.
Em sua passagem por Santa Catarina o então candidato Lula 'assumiu o compromisso' de manter o banco estatal. Mais uma batata quente que o petista tomava para si: a situação do banco já é complicada e a promessa não facilita em nada. O banco está no PND (Programa Nacional de Desestatização) e não pode ficar lá para sempre. As saídas não são nada fáceis, muito menos populares:
- O controle do banco nunca vai voltar ao governo do estado, que mesmo que tivesse a intenção de comprá-lo de volta não teria dinheiro. E vice-versa.
- O governo federal não vai abdicar dos mais de R$1 bilhão de reais que foram investidos no saneamento e entregar o controle do banco ao estado de graça.
- O banco não vai se transformar em um banco federal permanente. O governo federal já tem dois bancos comerciais. Pelo menos um a mais do que deveria. E não faz sentido algum a existência de um banco federal que atua em apenas um dos estados.
Restam então duas alternativas:
- Privatiza-se o banco ou
- Extingui-se o banco.
O PT estava com essa bomba na mão. As únicas saídas possíveis não agradariam nem as suas bases nem seus eleitores. Então chega o sempre conveniente PMDB e se oferece para tirar a bomba das mãos dos petistas em troca de algum dinheiro. Agora a culpa do que vier a acontecer com o banco – e que sempre foi inevitável – pode ser atirada integralmente no PMDB (que no estado apoiou Alckmin). E o PT, leia-se Lula, segue imaculado, tendo sempre uma desculpa para jogar as medidas necessárias mas impopulares nas costas da “oposição”. Alias, essa palavra logo deve cair em desuso.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Postado por Giovani MacDonald às 11:00 da tarde
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