terça-feira, março 23, 2004

O Juizado da infância e da Adolescência suspendeu por um ano os pedidos adoção de casais que queiram apenas recém-nascidos do sexo feminino. Atualmente, 94% dos casais procuram bebês de pele clara e de preferência meninas.

Pra variar a "justiça" se metendo onde não deve e, como sempre, fazendo cagada (não encontrei outra palavra). A lógica do juiz - que se eu vi direito na reportagem da TV é o Siro Darlan, o mesmo que proibiu a participação de menores em desfiles de moda entre outras (várias) sandices, como se a justiça não tivesse mais o que fazer - é tão infantil que é ridícula: Não vamos deixar que as pessoas escolham, assim podemos "descarregar" todos que estão sobrando.

Esquece o inteligentíssimo juiz (que sempre me pareceu que tem como objetivo maior aparecer) que o desdobramento mais provável (quando digo "mais provável" calculo aqui nos meus dedos uns 96.8% de chance) dessa proibição é a simples diminuição do numero de adoções. Já que não posso escolher então vou simplesmente não adotar. Assim agora ao invés de "sobrarem" apenas crianças que não se enquadram no perfil preferido das famílias adotivas, vão ficar nas instituições crianças de todos os tipos. Causando um problema mais pra frente, quando alguém com um pouco mais de 'juízo' derrubar essa proibição estúpida, e as crianças que poderiam ter sido adotadas já vão estar fora do perfil desejado pelas famílias por estarem muito velhas, perdendo a melhor chance que tinham de ser adotadas.

O fato de as famílias desejarem crianças recém-nascidas que possam ser criadas desde o início pela família, e preferirem que tenham características físicas semelhantes às dos pais - que são na maioria brancos porque na hora de se tomar a decisão de adotar uma criança pesa bastante a situação financeira da família, e os brancos no Brasil são em média mais ricos - é mais do que compreensível.

O ato de adotar uma criança é uma decisão difícil por si só, e ainda vem um juiz atrapalhar. Tudo pelo bem das crianças, é claro. Só não me pergunte quais...

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