sexta-feira, outubro 03, 2003

Na tentativa de explicar o funcionamento do FMI* para uma pessoa digamos não muito esperta, fiz uma comparação:

Imagine que você é o Brasil, ou qualquer outro país f*d*do. Você gastou tudo que não tinha, pediu empréstimo pra todos os bancos, familiares e agiotas, não pagou ninguém e tem o nome sujo no SPC e em todos os outros cadastros possíveis. Ninguém lhe empresta mais nem caneta com medo que você não devolva.

Aí inventam um "fundo" especial só para emprestar dinheiro pra gente como você, que não conseguiria com mais ninguém já que ninguém acredita na possibilidade de receber o dinheiro de volta. O FDF (Fundo dos Fu...).

Claro que esse empréstimo tem uma condição especial: O banco vai cuidar, ou pelo menos tentar cuidar, para que você arrume sua vida e seja capaz de pagar o empréstimo. Para isso, o contrato vai ter várias exigências.

Uma das primeiras medidas exigidas pelo banco é que você pare de fumar. O seu vício de 10 carteiras por dia soma no fim do mês uma quantia considerável.

O problema é que, parte do seu corpo está acostumada ao vício, e as partes mais afetadas pela crise de abstinência vão fazer um baita escarcéu, as dores vão invadir áreas improdutivas e produtivas, hastear bandeiras vermelhas e fazer passeatas por todo o corpo gritando "Fora FDF", tudo isso vai acabar atrapalhando o funcionamento do corpo como um todo, mas se o gasto não for eliminado, e por conseqüência o vício, fica não só o gasto mensal como o câncer que vem mais tarde.

E assim por diante o banco vai cortando coisas que ele considera nocivas à sua saúde financeira e indicando medidas que considera necessárias para seu “crescimento econômico”.

Ele também erra, mas isso é outra estória...

* - Antes que alguém diga que isso foi uma defesa do FMI, não é. Sou absolutamente contra a existência do FMI. Existência essa que acredito ser baseada na crença de que é função do Estado fomentar o crescimento da economia. Afirmação da qual discordo veementemente.

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