quarta-feira, agosto 13, 2003

Continuo sem aulas, e pelo visto, por bastante tempo ainda.

Hoje aconteceu uma assembléia de professores na qual decidiram, por 98 a 15 votos, continuar a greve. De acordo com a pagina da UFSC, ela tem no total cerca de 1.600 professores. Eu sei que deveria ser interesse dos professores comparecer às assembléias para colocar suas opiniões mas acho que são dois os principais motivos dessa ausência em massa: Primeiro a indiferença própria de todo funcionário público e segundo, quem sabe como funciona uma dessas assembléias, sabe que do jeito que são conduzidas, não há muito espaço para discordâncias. Se os professores comparecessem em massa para votar contra a greve, o máximo que aconteceria seria uma baita confusão com gritaria e quem sabe até algumas vidraças quebradas, encerrando a assembléia sem votação.

O objetivo não é e nunca foi discutir coisa alguma, e simplesmente gritar, aparecer, e incomodar. Essa atitude de não querer discutir nada, ficou clara em uma frase dessa matéria, que tenta explicar a motivação da greve:

"Os trabalhadores aprovaram a continuidade da greve até a retirada de discussão da proposta da reforma da Previdência."

Ou seja, eles decidiram que o assunto não pode ser discutido. Não há espaço para opiniões divergentes, é o que eles (os sindicalistas, e não os professores como um todo, o que, ultimamente é uma coisa bem diferente) ou então eles param, não cumprindo com seus deveres e atrapalhando a vida de estudantes; fecham ruas fazendo passeatas atrapalhando todos, muitos dos quais nem sabem o que está acontecendo (particularmente acho que fechar ruas para qualquer tipo de manifestação deveria ser considerado um crime), ou seja, fazem de tudo para atrapalhar a todos.

Uma outra maneira que os funcionários da UFSC encontraram de atrapalha outras pessoas foi fechar o NPD (na mesma matéria):

"O representante do Sintufsc anunciou também que os servidores devem, a partir da próxima semana, radicalizar as ações de greve. Citou como exemplo atividades como as da última greve - como o fechamento do Núcleo de Processamento de Dados (NPD)."

Pra quem não sabe, o NPD controla a rede da universidade, mas o problema é que essa rede não é utilizada apenas pela universidade, é usada por outros, por exemplo as empresas da incubadora, empresas essas que estão em fase inicial, portanto vulneráveis, e que são na maioria empresas de informática, que dependem em grande parte da utilização da Internet e ficam com as atividades praticamente paradas por capricho dos grevistas. Eu trabalhava em uma empresa na incubadora quando eles pararam o NPD a primeira vez...

Eu acho a greve completamente estúpida. Sem entrar no mérito da questão, acho ela estúpida pois não está tendo efeito algum (a universidade já está em greve a um mês), a maioria das pessoas que não tem ligação nenhuma com a universidade nem sabe que seus funcionarios estão em greve, e não vejo perspectiva alguma de ter algum efeito. Essa é, definitivamente, uma abordagem equivocada para a questão.

Discordo dos grevistas (de novo não acho correto dizer "funcionarios", ou "professores") também no "mérito da questão", mas isso deixo pra depois, esse post já ficou muito grande...

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