terça-feira, junho 24, 2003

Uma das coisas divertidas de se assistir no Jornal Nacional é ver como eles colocam numeros e pesquisas que se analisados, ou se provam completamente impossíveis ou demonstram exatamente o contrário do ponto defendido na reportagem. (Sim, hoje no Brasil as reportagens defendem pontos, essa coisa de jornalismo imparcial é coisa de burguês capitalista)

Hoje numa "reportagem" sobre armas, tivemos um exemplo da primeira situação:
A reportagem dizia que 10% das vítimas fatais de armas de fogo são vítimas de assalto. Na continuação fizeram uma entrevista com um tal sociólogo, que eu não lembro e nem faço questão de lembrar o nome, que dizia ter feito uma pesquisa que "revelava" que 9 entre 10 vítimas de armas de fogo são provocadas por impulso (sic), ou seja o indivíduo tinha uma arma e, num ataque de raiva acabou matando.

Com essa pesquisa ele tentava provar que as armas legalizadas são tão perigosas, ou até mais, do que as armas contrabandeadas, e com isso queria a proibição do comercio de armas.

O brasileiro não gosta muito de números, pergunte à maioria dos alunos do ensino médio qual a matéria que mais odeiam. Isso deve causar uma certa preguiça de analisar os numeros.

Os números das duas pesquisas foram colocados num formato diferente, mas podem ser representados da mesma forma: 1 em 10 e 9 em 10, ou 10% e 90%.
Só eu vejo um problema com esses números? 1 + 9 = 10, 10% + 90% = 100%.

Quer dizer então, que todas as mortes causadas por armas de fogo só têm duas causas?
Nada de assassinatos, traficantes matando rivais, policiais matando traficantes (se bem que esse deve ser tão pequeno que para fins estatísticos pode ser desconsiderado), pessoas se matando e varias outras possíveis causas que não lembro agora?

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