quinta-feira, janeiro 23, 2003

"Você está sendo muito radical". Quantas vezes já não ouvi essa frase. Mas isso não me preocupa, eu até me esforço pra parecer mais radical do que realmente sou, já que em uma discussão normalmente os dois lados precisam ceder um pouco, não necessariamente precisam concordar, mas precisam ceder para que a discussão continue (Eu adoro discutir). Então se eu adoto uma postura "menos radical" (isso existe?) desde o início, ao ceder já estarei longe do ponto que estou tentando defender. Então começo mais radical, para chegar ao ponto que eu quero na hora em que eu ceder. Ou não, varias vezes no meio da discussão eu percebo que o ponto que eu estava querendo defender era aquele mais radical mesmo, que ceder, mesmo que só um pouco, acaba invalidando o argumento.

Isso é muito normal quando o assunto em discussão é a intervenção estatal. Eu até concordo que alguma intervenção se faz necessaria em situações muito específicas, mas se eu colocar dessa maneira, a outra pessoa vai logo querendo que eu aceite mais intervenções. Se uma pode ser benéfica porque as outras não? Isso se chama "mal necessário".

Apesar que, nesse tipo de discussão sempre lembro de von Mises:
"Qualquer intervenção leva a outra intervenção, que leva a outra, e assim por diante, o que culmina, mais cedo ou mais tarde, no socialismo."

Por isso que eu sempre digo:
Qualquer um que defenda qualquer intevenção estatal é um socialista.
Só não sei porque sempre que digo isso me chamam de radical...

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