sexta-feira, janeiro 17, 2003

Da Agência Estado:

Bush vai à Justiça contra política de admissão em universidade

Alvo do presidente são as chamadas preferências diretas por minorias raciais



A notícia é de lá, mas o assunto interessa cá também.

A questão da cotas para negros em Universidades é algo que sempre que é citado me revolta. E não venham me acusar de racismo antes de ler minha opinião.

Eu vejo isso com revolta pois é apenas uma medida paliativa, que tenta aliviar um sintoma, sem cuidar do problema em si. É preciso ter consciência que o problema da "falta de negros" na universidade não é devido à sua falta de capacidade para que sejam aprovados no concurso vestibular, e sim graças à deficiência em sua formação fundamental e média. E se a intenção do governo (tá, essa não deveria ser função do governo, mas vá lá) é sanar o problema, a ação deveria ser no sentido de realizar investimentos na educação básica e não com cotas já às portas do ensino superior.

E o que o jovem negro que entrar na universidade graças às cotas vai enfrentar ? Preconceito e raiva. Preconceito dos que forem seus colegas de curso ("ele não tem capacidade pra estar aqui junto com a gente, entrou só porque é negro") e raiva dos que não passaram.
Só para exemplificar, imagine a revolta de um moleque branco, com seus 18 anos, cujo maior objetivo de vida naquele momento é passar no vestibular. O que sente ele pelas pessoas que tomaram sua vaga, mesmo tendo um desempenho inferior? Além disso temos que lembrar da família do condidato, que trabalha para pagar um cursinho e tem uma expectativa quanto à sua aprovação!

Outro ponto. Como se identifica legalmente um negro? Quem vai ter o poder e qual o parâmetro pra dizer "você não pode entrar na universidade pela cota, não é preto o suficiente" ?

Enfim, vejo esse projeto como o início do racismo institucionalizado, separando oficialmente os negros dos brancos, insistindo que há diferenças reais que só uma ação desse tipo pode resolver.

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