Será que os jornalistas brasileiros nunca imaginaram a possibilidade de pesquisar um pouco sobre os assuntos que pretendem escrever? Acho que dois dos maiores problemas deles são armas e matemática. Os dois até que são de certa forma compreensíveis, mas a freqüência dos erros envolvendo esses dois assuntos deve chegar a quase 100%.
O primeiro é conseqüência da desinformação quase total da grande maioria da população sobre o funcionamento das armas. Esta por sua vez causada pela demonização - com grande participação dos jornalistas - das armas de fogo como se elas fossem as responsáveis pelos crimes com elas cometidos. Com isso, pode-se falar qualquer besteira que dificilmente alguém ira contesta-la. Um exemplo: "A polícia não deu detalhes ainda sobre como o segurança conseguiu atirar acidentalmente contra a própria perna, já que para realizar um disparo, o revólver precisa antes ser engatilhado." Apesar de saber do despreparo da polícia duvido que a informação saiu assim de algum policial. Qualquer um que já encostou em um revolver sabe que ele não precisa estar engatilhado, a não ser que estejam falando de um revolver de ação simples, comum no fim século XIX, mas que agora só é produzido em forma de réplicas para colecionadores.
A matemática é um problema serio, a parte 'compreensivel' é que um grande número de pessoas acha que matemática é coisa só para engenheiros, então vão fazer jornalismo porque nunca foram bem em matemática no colégio mesmo. Eu não vou entrar aqui nas questões relacionadas a estatística que seria covardia, mas até nos cálculos que envolvem regras de três simples como os que envolvem conversão de moedas e medidas os erros são tão freqüentes que chega a dar pena. Hoje no jornal do meio dia, na TV, a reportagem falava sobre o aumento dos preços da gasolina nos EUA, e a infeliz reporter comentava que a gasolina nos EUA estava mais cara que no Brasil, já que estava custando cerca de R$2.90/litro. Achei muito estranha a conta, já que sempre fui informado que a gasolina nos EUA era muito mais barata que aqui, então fui fazer as contas: A gasolina chegou no patamar dos U$3.00 o galão, considerando que o galão tem 3,785 litros, o dólar R$2.13; então 3,785 litros custam R$6.39 o que resulta em R$1.68/litro, o que é bem menos que no Brasil. Tenho uma suspeita de como ela chegou naquele numero, mas tenho até vergonha de dizer. A certeza é que por lá eles pagam muito menos, outra suspeita é que isso tenha alguma relação com o peso dos impostos.
A cada dia a frase (que não lembro de quem é) fica mais verdadeira: o diploma do jornalista é um documento que autoriza uma pessoa que não sabe nada sobre assunto nenhum a falar sobre todos os assuntos.
As vezes nem o português coitado escapa, as vezes nos deparamos com coisas como "shoperia". É tão facil usar um corretor ortográfico (eu estou sem, perdi meu cd e estou com preguiça de procura-lo, mas uma redação de jornal?).
terça-feira, abril 25, 2006
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terça-feira, abril 18, 2006
Bola de Cristal
O Euro não passa de 2010. A Alemanha produtiva não tem como conviver com a França intervencionista. A França vai quebrar. A Alemanha não vai querer ir junto.
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domingo, abril 16, 2006
Que inveja que tenho de gente como o Claudio Tellez, que tem assunto para manter um blog principal para textos mais elaborados e um blog 'secundario' para uma abordagem mais informal dos assuntos. Isso sem levar em consideração que não dá nem para comparar a qualidade dos textos dele com o que eu faço aqui - apesar que ultimamente acho que o 'fazia' se encaixaria melhor.
Postado por Giovani MacDonald às 2:33 da tarde 0 comentários
terça-feira, abril 11, 2006
terça-feira, abril 04, 2006
Eu sei que as atualizações por aqui estão escassas, mas eu perco a vontade de escrever sempre que leio algo sobre o país. É triste abrir a pagina de um jornal e se deparar com uma declaração dessas (link com cadastro obrigatório):
Carga tributária alta ajuda, diz Demian Fiocca
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, disse ontem que a alta carga tributária brasileira contribui para o país manter fundamentos fiscais sólidos.
Segundo Fiocca, apesar do apelo pela redução de impostos, a carga de tributos ajudou o país a alcançar, nos últimos anos, um nível de credibilidade interna e internacional recorde.
Saber que existe uma pessoa que tem coragem de pensar uma coisa dessas é de embrulhar o estomago. Ver que essa pessoa não tem vergonha de mostrar que pensa coisa tão estúpida é desesperador. Lembrar que essa pessoa tem controle sobre parte do dinheiro que lhe foi arrancado é...esquece, não vou descer até lá.
Postado por Giovani MacDonald às 12:07 da manhã 0 comentários