Comemorações da vitória do Não por todo o país.

Desculpem o abandono, mas com a proximidade iminente de um dos maiores atentados a liberdade que houve no Brasil, eu virei praticamente um 'one cause activist'. Como a discussão (que ao contrario de um mês atrás) agora existe, estou gastando grande parte do pouco tempo que tenho para ficar na frente do computador lendo e participando de discussões na comunidade do Orkut, que com seus mais de 487.000 membros é um dos maiores motivos da ressurreição da minha esperança.

"Mesmo estando o cidadão armado e sabendo atirar o bandido tem sempre a vantagem do elemento surpresa"

A surpresa exige planejamento. Planejamento dá trabalho. Bandido não gosta de trabalho. O que acontece hoje em dia, é que os bandidos não se preocupam mais com o elemento surpresa porque eles têm quase certeza que a vítima não terá condições de reagir. Esse 'quase' some com um sim neste referendo. A certeza atual vem da legislação que já torna praticamente impossível comprar uma arma.

Você não precisa ter uma arma em casa para estar sendo defendido por uma arma, basta que alguém a tenha. O bandido não vai saber que não é você (*) e ele vai pensar muito antes de tentar entrar em sua casa, muitas vezes ele vai desistir pois vai dar muito trabalho. Como nesse tempo em que ele está pensando ele não está assaltando, o número de assaltos diminui. Com a diminuição do número total de assaltos diminui também o número de assaltos em que a situação sai do controle dos bandidos, as quais normalmente viram tragédias. E aqui temos um exemplo de situação onde as armas evitam mortes, ao invés de causa-las. O problema de muitos brasileiros é que eles não param para pensar no que se vê e no que não se vê de imediato.

"A susposta tranqüilidade de um bom homem atrai o rufião; enquanto por outro lado, as armas como as leis desencorajam e mantêm o invasor e o saqueador intimidados, e preservam ordem no mundo, assim como propriedade. O balanço do poder é a escala da paz. O mesmo balanço seria preservado estivesse o mundo destituído de armas, pois todos seriam semelhantes; mas já que alguns não irão, que outros não ousem abandoná-las [...]. Terrível dano resultaria fosse uma metade do mundo privada do uso delas; [...] o fraco será uma presa do forte."

Thomas Paine, 1775, em 'Pensamentos sobre Guerra Defensiva':

"Ao reagir a um assalto você tem 180 vezes mais chances de ser morto"

Os assaltos que simplesmente deixaram de acontecer porque a vítima reagiu estão nessa conta? Afinal, o lugar mais provável para a coleta de dados em uma pesquisa como essa é na polícia (claro que a chance de ser um número inventado, como qualquer análise lógica aponta, nunca é descartado - vale pra maioria dos outros números também), a maioria das pessoas já não vai a policia nem quando são realmente assaltadas, imagina quando elas conseguiram resolver o problema por conta propria.