Uma coisa que me deixa intrigado - e as vezes um tanto irritado quando as pessoas que o fazem estão comigo - é a mania de dizer "não tenho" quando alguém pede esmola. Não pelo fato de ser uma mentira, já que sendo uma mentira que tanto quem fala como quem escuta sabe que não é verdade portanto o objetivo de enganar, caracteristico da mentira está descartado.
Essa mentira serve normalmente como um eufemismo para um 'não'. Quase uma forma educada de dizer não. Aí que entra o objeto da minha irritação: por que diabos seria falta de educação simplesmente dizer que não? Ou se ainda se quiser ser 'educado' dizer "tenho mas ele não esta sobrando, vou precisar dele". Por que eu tenho a obrigação de dar o meu dinheiro para qualquer um que o peça só porque tenho - ainda que não muito? Por que eu deveria ter vergonha de ter o dinheiro, e portanto ter que me desfazer dele?
Fazendo uma volta um tanto grande - mas não tanto - acho que isso tem uma ligação muito grande com a mentalidade brasileira que nos mantém no terceiro mundo, e que se não for mudada vai fazer com que fiquemos por aqui eternamente.
Nem vou entrar aqui no famoso "estou pedindo não estou roubando", como se ao pedir dinheiro a pessoa estivesse nos fazendo um favor, já que o default seria ela estar roubando. Enfim, já falei disso mais do que queria.
Sempre que alguém me pede esmola eu simplesmente digo que não. Não devo explicação nenhuma a alguém que está me pedindo dinheiro.
segunda-feira, outubro 25, 2004
Postado por Giovani MacDonald às 12:34 da manhã 0 comentários
quinta-feira, outubro 21, 2004
Um sorriso no canto da boca ao ver essa foto me faz lembrar que essa conversa de "não desejo mal a ninguém" tem sempre as suas exceções. Meu unico medo é lembrar que esse sorriso é o mesmo que vi em muitos rostos no dia 12 de setembro de 2001...
Detalhe para a legenda da foto (na Folha Online, mas o link deve mudar amanha): "O presidente cubano, Fidel Castro, cai durante cerimônia de formatura fraturando um joelho e ferindo um braço, na cidade de Santa Clara ". Tudo bem não usar a palavra Ditador, mas nem pelo menos umas aspas nesse 'presidente'?
Postado por Giovani MacDonald às 7:18 da tarde 0 comentários
Alguém sabe por onde anda o Alvaro Velloso?
Postado por Giovani MacDonald às 7:13 da tarde 0 comentários
domingo, outubro 17, 2004
Como diria o Best of Web Today, "stop the presses":
NY Times declara apoio a John Kerry
Para qualquer um que acompanha o "cenário" americano isso não é novidade nenhuma, já para quem acompanha as noticias de lá pelos jornais de cá, que são praticamente todos traduções do que sai no NYT ou ainda distorções do que o próprio NYT já distorceu para manter a sua "linha editorial", ou seja, um jornal Democrata, pendendo para o lado esquerdista do partido (por lá chamado de "liberal").
Como todas noticias que vêm de lá chegam através do NYT, não é de se espantar que toda a cobertura das eleições americanas que vemos é anti-Bush. Até o próprio editorial do NYT, no qual ele assume sua posição nada imparcial, aponta a tendência mais forte no partido democrata: o anti-Bushismo. Praticamente todos os americanos que irão votar em Kerry não o farão por admiração ao candidato democrata e sim por odiar Bush. Só resta saber se esse "voto do ódio" é suficiente para eleger um presidente.
A surpresa fica só pra quem ainda se esforçava para achar que o NYT era um jornal imparcial. Façanha que só podia ser conseguida pela falta de um objeto de comparação.
Não critico o jornal por "tomar" um lado, particularmente acho que ninguém é imparcial. É praticamente impossível controlar o que se fala e como se fala sem deixar que a opinião de quem esta falando fique evidente, mesmo que se consiga fazer isso, o que se deixa de falar também faz com que se seja parcial. Critico sim a pose de imparcial quando a parcialidade é mais do que escancarada.
Postado por Giovani MacDonald às 9:49 da tarde 0 comentários
quinta-feira, outubro 14, 2004
"Estão dizendo por aí que vou dispensar pessoas. Mentira. Eu não só não vou dispensar como vou aumentar as equipes do funcionalismo"
Uma afirmação dessas sendo feita - e recebida - como uma acusação mostra o quanto qualquer tipo de esperança é ilusório...
Esperar por alguém que prometa enxugar a maquina estatal, diminuindo os gastos e por fim diminuindo os impostos é querer demais mesmo. Ou melhor, primeiro se diminui os impostos, o resto é conseqüência...
Postado por Giovani MacDonald às 10:59 da tarde 0 comentários
quinta-feira, outubro 07, 2004
Uma das acusações mais usadas pelos democratas é que o presidente Bush é simplista. Enquanto os republicanos rebatem dizendo que Kerry é um "flip-floper" (pra qualquer um que entenda um pouco de eletrônica a expressão é auto-explicativa), que muda de idéia dependendo da situação.
Essa discussão deve parecer coisa de outro mundo para os brasileiros, que só conhecem "Kerrys". Praticamente todos os políticos brasileiros são como o candidato democrata: Nunca respondem as perguntas que são feitas nem fazem afirmações diretas. Podendo assim mudar a linha do discurso dependendo do público para o qual estão discursando.
Bush, assim como Lula, não usa um vocabulário rebuscado para expor suas idéias. Claro que a semelhança para por aí. Bush fala o que pensa de forma simples, deixando mais do que claro o que pensa. Como nenhuma idéia é unânime isso acaba fazendo com que ele se torne um alvo relativamente fácil. É bem mais fácil criticar uma afirmação clara e objetiva do que uma afirmação enrolada, que depois sempre dá margem a um "não foi bem isso que eu quis dizer". Enquanto isso Lula não diz nada, mas de forma simple.
Para usar mais uma expressão que está sendo bastante usada por lá, dizem que o presidente enxerga tudo em "preto e branco". Eu particularmente prefiro alguém que vê as linhas que dividem uma figura de outra do que um míope que fica apenas com um borrão.
Postado por Giovani MacDonald às 11:22 da tarde 0 comentários