terça-feira, julho 20, 2010

Meio cheio implica em meio vazio

A meia verdade implica em meia mentira. Clovis Rossi na Folha Online hoje tenta minimizar as conhecidíssimas e gravíssimas acusações de relacionamento entre o PT e as FARC no artigo 'PT, Farc, meia verdade e ambigüidade'. A meia mentira seria o deslocamento temporal: apesar de possuir laços no passado com as FARC, o PT já não mais os teria.

Não existem motivos para acreditar que as relações entre os petistas e as FARC algum dia limitaram-se Foro de São Paulo. Este era uma frente de ação, não há porque assumir que companheiros em uma empreitada não o possam ser em outras.

Mesmo assumindo hipoteticamente que esse era realmente o único foro em que os dois sentavam à mesa para fumar charutos e conversar sobre espécies de flores, até que ponto o anúncio da saída 'voluntária' das FARC do Foro pode ser considerado um corte no relacionamento entre as FARC e não só o PT como todos os outros partidos que compõem o Foro? Nada indica isso, muito antes pelo contrário.

A assinatura de Dilma Rousseff no pedido de transferência para Brasília, em um 'cargo de confiança' da mulher do 'embaixador das FARC no Brasil' Olivério Medina é a prova mais gritante da continuidade desse affair entre os terroristas do passado e do presente.

Os nomes de vários petistas contidos no computador de Raul Reyes, a presença do mesmo no Equador, a proteção concedida as FARC em território venezuelano chegam a ser provas desnecessárias perto de um documento assinado.

A meia mentira que não existe de um lado é uma mentira inteira do outro.

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