quinta-feira, julho 29, 2004

Depois de escutar, em uma discussão, que ao exigir o respeito ao meu direito de ir e vir eu estava desrespeitando o direito dos "manifestantes" de protestar cheguei a achar que já havia escutado tudo. Mas o Jornal Nacional hoje deu um novo significado para a palavra ao afirmar que com o acontecido de ontem somam-se 501 protestos anti-semitas na França. Isso mesmo,  quebrar e pichar suásticas nazistas nas lápides de um cemitério judeu agora se chama "protesto".

Bom saber, só espero que a definição da palavra seja atualizada nos dicionários...

quarta-feira, julho 28, 2004

Parei de escrever aqui porque parei de ler. Menos por falta de tempo e mais por falta de vontade. Não consigo escrever sobre alguma coisa sem saber ao menos um pouco sobre ela.

Os "jornalistas" brasileiros não parecem ter o mesmo problema. É só ver a "cobrtura" das eleições presidenciais americanas para saber do que estou falando...

quarta-feira, julho 14, 2004

Fazia tempo que eu não me surpreendia positivamente com o Brasil. O site da camara está fazendo uma enquete (no canto direito) com a pergunta: Você acha que o comércio de armas de fogo e munição para particulares deve ser proibido no Brasil?

Para minha surpresa, a votação (pelo menos quando eu votei) estava em 87% contra o desarmamento.

As vezes começo a voltar a ter alguma esperança nesse país, pena que isso normalmente dura pouco, muito pouco.

Aliás, as vezes tenho a impressão que o país está realmente melhorando, mas aí percebo que isso provavelmente se deve ao fato de eu não estar mais lendo jornais tanto quanto antes...

O candidato democrata à presidencia americana foi classificado com o "mais esquerdista" (most liberal) do senado americano, e seu candidato a vice ficou em 4º lugar. Eles estão tendo um grande trabalho para desviar dessa classificação, que por lá soa mais como uma acusação.

Eu imagino o trabalho poupado pelos candidatos brasileiros à epoca da eleição, que passaram a campanha inteira tentando provar que são mais de esquerda que os outros candidatos, se conseguissem um "título" desses...

terça-feira, julho 13, 2004

Entre as várias coisas que foram afetadas pela eleição do Crustáceo, uma das que mais decaíram foi o humor. Uma das maiores fontes de inspiração dos humoristas sempre foi a política, assim como a crítica bem humorada sempre fez parte dos melhores momentos do humor. O problema é que agora, que os humoristas - que sempre foram de esquerda, uns mais pra lá outros menos - têm que se preocupar em não criticar muito duramente as pessoas que eles sempre defenderam, as piadas ficaram completamente insossas.

Não tem graça nenhuma fazer piada para elogiar alguém, sempre que se faz piada é para - no mínimo - criticar, não raramente para detratar mesmo.

Essa charge aí ao lado, que apareceu na Istoé (minha parte masoquista não me permite deixar de abrir essa aberração) é um exemplo bem claro. Ao mesmo tempo que faz uma crítica muito da tímida sobre uma suposta demora do governo, ainda carrega várias premissas que acabam por simplesmente puxar o saco do governo.

A partir do momento que se critica a lentidão, é porque se deseja uma velocidade maior, e só quer que se vá mais rápido quem concorda que o caminho está correto. Tão correto que o "humorista"* ainda assume que, mesmo se o "problema" da lentidão não for resolvido, o governo ainda deve ter outro mandato, para terminar o que está fazendo.

Enfim, esse governo não pode ser comparado a uma tartaruga, estaria mais para alguma tentativa mal sucedida de cruzar uma tartaruga com um caranguejo, que além de caminhar pra trás ainda caminha devagar (Eu sei que o caranguejo anda para o lado, assim como na charge o desenho é de um jabuti e não de uma tartaruga, mas vamos esquecer dos detalhes). Não acho que caminhar devagar quando se está caminhando para trás seja ruim é claro, também não acho que está caminhando devagar, mas quem sou eu para discordar do senso comum...

* - Nunca achei graça nas charges do Aroeira, até por isso pensei duas vezes antes de coloca-la como exemplo num post em que eu começava falando de coisas que perderam a graça, mas como foi ao vê-la que comecei a pensar no assunto decidi coloca-la assim mesmo, ainda continua um bom exemplo de "humor chapa branca"...

Com tantos partidos com "social" e "socialista" assim como "trabalhistas" e "dos trabalhadores" no nome, será que alguém estranharia se fosse criado o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Brasileiros?

quinta-feira, julho 08, 2004

Godwin's Law: prov. [Usenet] "As a Usenet discussion grows longer, the probability of a comparison involving Nazis or Hitler approaches one." There is a tradition in many groups that, once this occurs, that thread is over, and whoever mentioned the Nazis has automatically lost whatever argument was in progress. Godwin's Law thus practically guarantees the existence of an upper bound on thread length in those groups. However there is also a widely- recognized codicil that any intentional triggering of Godwin's Law in order to invoke its thread-ending effects will be unsuccessful.

segunda-feira, julho 05, 2004

Não gosto de manifestações, protestos e similares. São basicamente dois os motivos dessa aversão: O primeiro é que normalmente os protestos são feitos em favor de causas contrarias aos meus ideais, e o Segundo, que acho que pesa mais que o primeiro é que, via de regra, os protestos consistem basicamente em atrapalhar a vida de outras pessoas como forma de chamar a atenção.

Um dos problemas de se criticar protestos é que sempre que se critica um protesto se é visto como contrario à causa. Sendo assim, se você critica o ato de atear fogo em um ônibus é porque você é a favor de passagens com preço alto*, sempre numa simplificação infantil.

A "forma de protesto" mais utilizada é o fechamento de ruas. Não sei como alguém pode ter a cara de pau de dizer que é uma "forma pacífica" de protesto. Não é. A força física é utilizada. Mesmo quando não se parte para a violência pura e simples e para o quebra-quebra - coisa nem um pouco incomum - o fato de se impedir a passagem de outras pessoas pela presença física no meio do caminho é sim uma violência. O fato de não haver movimento não muda nada. Tente correr em direção a um punho fechado, parado no ar a altura do seu nariz.

Enfim, não deveria haver "negociação" em casos de protestos que fecham estradas. Os "manifestantes" estão desrespeitando os direitos de várias pessoas - sempre em número muito maior do que os manifestantes, que gostam de achar que falam "em nome do povo" - e a polícia serve exatamente para defender os direitos dos cidadãos.

Um cidadão que está parado no transito, depois de um dia inteiro de trabalho, querendo voltar para sua família sem poder porque um bando de desocupados que acha que sua causa é mais importante que as dos outros está bloqueando a estrada, está sendo tão agredido quanto se estivesse sendo espancado. É dever da polícia acabar com essa agressão, utilizando a força que for necessária para faze-lo o mais rápido possível.

Essa é mais uma questão, é muito comum reclamar que a polícia foi "covarde", que estava mais preparada (leia-se armada) e, apesar de não ser muito comum mas aconteceu em um dos dias dessa "manifestação", em maior número. A polícia não está lá para uma briga "mano a mano", não está lá para uma "competição justa". Está lá para, através do uso da força e de forma definitiva, defender os direitos das pessoas.

* - uma das afirmações mais repetidas por aqui é que temos "a passagem mais cara do Brasil", como não tenho saco para pesquisar preços de outras cidade não duvido da possibilidade dessa afirmação estar correta, mas tento perguntar a todos que vejo repetindo essa afirmação se eles conhecem o preço de passagens em alguma outra cidade do país, não encontrei ainda ninguém que me respondesse afirmativamente. Isso está me cheirando a uma daquelas afirmações que acaba se tornando verdade pela repetição e não pela realidade em si. Por sinal, a passagem "normal" aqui é de R$1.75 , sendo que os "estudantes" que estão fazendo baderna e reclamando pagam a metade.

domingo, julho 04, 2004

Nessa semana minha cidade foi violentada por um grupo de baderneiros que gostam de se dizer "estudantes". Estudantes eles não podem ser, alguém que passa o dia inteiro, durante uma semana, fazendo baderna e atrapalhando a vida de toda uma cidade não é um estudante, estudantes passam o dia - ou no mínimo uma parte dele - na universidade. Como eu queria fazer, mas fui impedido de ir do trabalho para a universidade porque esse bando de desocupados trancou as principais vias de acesso para minha cidade (traballho em uma cidade vizinha), além de ter depredado alguns dos onibus.

O mais triste é ver grande parte da população tendo a vida transtornada por pessoas com interesses mais do que duvidosos e achando bom. Estão sendo violentados e estão sentindo prazer.

Depois escrevo mais sobre isso...