sexta-feira, janeiro 30, 2004

Cheguei a duvidar da fama de bons negociantes dos judeus com essa "troca de prisioneiros" - o que não é descrição muito acurada da situação, já que foi uma troca de prisioneiros por um sequestrado e 3 corpos - de soldados que foram feitos prisioneiros, mas receberam um tratamento um pouco diferente dos inimigos quando capturados - mas depois pensando bem, entendo perfeitamente a razão.

Ela está na economia, não lembro exatamente onde li esse conceito, mas se não me engano foi em alguma coisa do Mises. O "valor" de algum "objeto" a ser trocado é sempre definido por quem deseja este objeto, ou seja, quem define o preço é o comprador, e não - como muitos querem pensar - o vendedor. O vendedor estipula um preço que ele acha que o comprador está disposto a pagar, o comprador só compra o produto se estiver realmente disposto a pagar esse preço, se não estiver, pode optar por outro produto ou outro vendedor, ou simplesmente por não comprar.

Nesse caso, tenho quase certeza que durante a negociação de "quantos libaneses valem um israelense", esse numero deve ter variado bastante. Mas ele dá uma boa ideia do valor que cada um dos dois lados está disposto a "pagar" pelo bem estar dos seus...

Mas depois de ler outra noticia voltei a achar que no final das contas os israelenses sairam perdendo, não por essa troca em especial - que só aconteceu, como qualquer troca, porque os dois lados acharam que sairam ganhando - mas porque agora que o Hezbollah percebeu que sequestrar israelenses é um bom negocio, já anunciou que não descarta novos sequestros...

Uma das coisas que me chamou a atenção no caso do passageiro que jogou um copo d'água em um bebê dentro do avião, é o fato de não mencionarem se ele jogou o copo com a água, ou se jogou só a água. Na pratica quase não existe diferença, já que das duas maneiras não deixa de ser uma agressão, a diferença maior esta na imaginação das pessoas que ouvem a notícia.

No caso de o homem ter jogado só a água, a primeira coisa que vem à cabeça é a imagem de pessoas numa piscina, brincando de jogar água uma na outra. Uma imagem dessas não sensibiliza as pessoas, já que fica parecendo uma coisa banal. Agora, deixando a duvida se o copo foi junto ou não, fica a margem para imaginar um copo de vidro, ou quem sabe um caneco de porcelana daqueles da Oktoberfest, voando e esmagando o crânio da pobre criança, isso sim deixa as pessoas horrorizadas! O que não era necessário, hoje em dia no Brasil essa reação já seria obtida simplesmente dizendo que o passageiro era - tirem as crianças da sala pois vou falar um palavrão - americano!

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Não costumo ficar indignado, muito menos costumo usar essa palavra - tenho uma estranha aversão a ela - mas não consigo encontrar outra palavra para descrever minha reação ao ver na TV um homem sendo covardemente espancado com pedaços de pau por mais ou menos uns dez integrantes do MST. O erro cometido pelo homem? Descer do carro para implorar aos "manifestantes", que estavam bloqueando uma estrada, que o deixassem passar pois estava levando uma criança doente no carro, em direção ao hospital.

Qualquer que seja a causa, nada justifica a interdição de uma estrada. A policia nesses casos deveria agir de forma decisiva. Até faço uma sugestão: Criem um cronograma. Primeiro se tenta negociar, se depois de um tempo predeterminado não houver avanço, usa-se a força, e se houver resistência à força comedida - leia-se cassetetes - usa-se a força que for necessária para defender o direito de todas as outras pessoas de usar a estrada. Força letal? Isso depende de até que ponto os baderneiros estão dispostos a continuar desrespeitando o direito das outras pessoas.

Não estou falando de algo como o chamado "massacre dos Carajás", nome que deveria soar ridículo para qualquer um que viu as imagens do tal "massacre" e viu centenas de pessoas, armadas de foices, facões, enxadas e pedras - depois ficou comprovado que os sem terra chegaram a disparar armas de fogo, mas eu não acho que isso faça alguma diferença, estavam armados e avançando em direção aos policiais, não interessa o tipo de arma, a polícia não está lá para "brigar de igual para igual", está lá para se impor - indo para cima dos policiais, que reagiram. Falo de a polícia tomar iniciativa, fazer o seu serviço que é manter a ordem. A força necessária para se manter a ordem é diretamente proporcional à vontade dos baderneiros de perturba-la.

p.s. - A principio não sabia a relação entre o homem e a criança, pois assisti a essa notícia no Jornal Nacional, que não quis se aprofundar muito no assunto - até imagino porque, depois n'O Globo , em uma nota de 2 linhas, fiquei sabendo que eram pai e filho. Na Folha e no Estadão não encontrei nada, procurei também em alguns jornais do Mato Grosso - onde ocorreu o episódio, na tentativa de encontrar uma foto para enfeitar o post - mas também não encontrei nada. Por que será?

O Individuo está de volta!

Acho que este meu blog se encaixa perfeitamente na descrição de Felipe Ortiz: Mais um admirador tentando imitar o estilo e a temática d'O Individuo. A falta de talento atrapalha, mas fazer o que? É o único lugar que tenho para dizer o que familia e amigos não aguentam mais me ouvir falando...

quarta-feira, janeiro 28, 2004

MR8 negociou petróleo de Saddam Hussein

Movimento político de esquerda brasileiro MR8 e o agente de viagens brasileiro Fouad Sarhan aparecem em uma lista de 200 "personalidades" que teriam recebido petróleo do governo de Saddam Hussein publicada no domingo pelo jornal iraquiano "Al Mada".

As vezes as teorias de conspiração começam a parecer não tão malucas assim...

Índia, Brasil, Rússia e China vão reescrever geografia

Dá até um frio na espinha ouvir uma coisa dessas...

Dirceu diz que cargos sem concursos vão reestruturar Estado.

O ministro da Casa Civil, José Dirceu disse hoje que a decisão do governo de contratar mais de 3 mil pessoas sem concurso público é uma medida "necessária para a reestruturação e a modernização da máquina administrativa".

Imagino o tipo de "reestruturação" desejado pelo ministro. Alguém falou em "ocupação de espaços"?

Desemprego no Brasil só pra quem não for do Partidão...

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Comentário de James Taranto sobre o "fichamento" de americanos:

We suspect the result will be less U.S. tourism to Brazil -- not because fingerprints and photographs are really a major indignity, but because no one will want to spend time and money in a country populated by jerks like Julier Sebastiao da Silva.

E logo em seguida um link para um blog que vai um pouco mais longe na critica ao juiz:

I guess this incident proves that stupid Nazi analogies aren't limited to the radical leftists in this country, but one would think that government officials from Nazi-sheltering countries might be a little hesitant to toss those stones. In the case of the ridiculous Judge de Silva, one would be wrong.

terça-feira, janeiro 20, 2004

Acho que uma das maiores caracteristicas dos jornais brasileiros é ter manchetes que contrariam o texto da notícia. Aqui um exemplo de manchete que é desmentida já no primeiro parágrafo do texto:

Xiitas fazem novo protesto em Bagdá para exigir eleições

Facções xiitas se manifestaram pelo segundo dia consecutivo em Bagdá, mas se a marcha de ontem fora convocada para pedir a realização de eleições diretas, a desta terça-feira foi para exigir a execução de Saddam Hussein...


Alguns até acham que isso é feito propositalmente, para fazer com que os menos atentos, mesmo que leiam a noticia inteira, acabem guardando apenas a manchete, que depois de repetida varias vezes acaba virando "verdade". Eu não. Acho que os "jornalistas" simplesmente vivem num mundo tão distante do mundo real que acabam nem percebendo contradição alguma. A verdade e a realidade são simplesmente ignoradas. Afinal, não passam criações burguesas...

Até onde chega a vontade dos iluminados integrantes da máquina estatal de proibir tudo que a criatividade permitir, mesmo que a proibição não tenha efeito absolutamente nenhum:

Brasil proíbe aves de países com 'gripe do frango'. Proibição atinge Coréia do Sul, Japão e Vietnã, países que não vendem produtos avícolas ao Brasil.

Enquanto isso o exército russo se ocupa com uma tarefa muito mais útil:

Depois de quase uma semana de esforços, mergulhadores do Exército russo conseguiram salvar a carga de dez toneladas de cerveja de um caminhão, que caiu sob o gelo no rio Irtysh, na Sibéria.

As vezes não acredito no que leio:

De acordo com o texto do projeto de lei, o governo pretende oferecer incentivos, financeiros e técnicos, para as universidades que optarem pelo sistema de cotas. Na questão técnica, a vantagem para a escola que estabelecer o regime de cotas poderá ser o de melhoria da sua qualificação no ranking das escolas de educação superior.

Quer dizer que o "incentivo técnico" é melhorar a qualificação no "ranking técnico" sem mudar "tecnicamente" nada? Por favor me digam que isso é uma piada...

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Chega a ser patética a insistencia dos membros do chamado "alto escalão" do governo em afirmar que "quem manda é o presidente", antes de qualquer insinuação do contrario. Parece até aquela criança que, logo que a mãe chega em casa, se acusa: "não fui eu que quebrei o vaso", antes mesmo de a mãe perceber que o vaso está quebrado...

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Troquei o sistema de comentários. Cansei de ficar perdendo comentarios, alguns não vão fazer falta alguma, já outros eram mais interessantes que o blog. Agora espero que agora isso termine...

quinta-feira, janeiro 15, 2004

Reparem na mão que segura o numeroNão sei o que é mais ridículo, se a tentativa do Crustáceo de trocar a identificação de americanos aqui, uma criancice imbecil sem utilidade absolutamente nenhuma, pela identificação de brasileiros lá, uma medida planejada com meses de antecedência e com objetivos bem definidos, como se fossem equivalentes ou se a pretensão de propor o fim da obrigatoriedade de visto para os brasileiros que querem entrar nos EUA, medida que faria com que as empresas aéreas tivessem que agendar dezenas, quem sabe centenas, de vôos extras para a terra do tio Sam, e nenhum de volta, exatamente em um momento em que um pacote de medidas - do qual a identificação de visitantes também faz parte - contra a imigração ilegal está sendo colocado em prática.

Isso, ao lado da infeliz visita ao Oriente Médio, dá uma boa ideia de como anda o "timing" nas profundezas...

segunda-feira, janeiro 12, 2004

Hoje assisti a uma entrevista com uma tal Jacqueline Rose, psicanalista, que expôs uma teoria inovadora: A guerra no Iraque teve ligação com o 11 de setembro.

É triste ver alguém tendo que explicar isso...

Acho que sou um mutante, com o poder de emitir pulsos eletromagneticos que inutilizam aparelhos eletro-eletronicos que estão ao meu redor.

Alguém sabe me dizer onde fica a escola do Professor Xavier para que eu possa aprender a controlar meu poder e parar de estragar tudo?

sábado, janeiro 10, 2004

sexta-feira, janeiro 09, 2004

Um exemplo de regulamentação estatal que tem o efeito contrario ao desejado:

Alguem, que provavelmente não tinha nada pra fazer, um dia resolveu que o pinheiro araucaria estava em perigo de extinção (essa conclusão deve parecer estranha para quaquer um que tenha passado pelo interior de Santa Catarina e Paraná, mas já é tarde para entrar nessa discusão, onde o senso comum já tem o pinheiro como praticamente extinto).

O Estado, muito solícito, não demorou a se oferecer para "regular": Proibiu o corte assim como o transporte e a comecialização do pinheiro. Não em escala, mas de qualquer unidade da arvore.

Então agora, se você tem em sua propriedade um pinheiro em um lugar que esteja atrapalhando o seu projeto para a propriedade, você simplesmente não pode corta-lo. Sendo assim, ninguém mais quer uma araucária, já que se um dia precisar do espaço não poderá usa-lo. Se um colono vê uma muda de araucaria nascendo "espontaneamente" em sua propriedade, trata de arranca-la para não ter incomodação quando essa muda virar uma arvore...

quarta-feira, janeiro 07, 2004

Os americanos começaram a identificar os turistas que chegam em seu território. Como todo processo burocrático, exige tempo, dinheiro e pessoal. Mas como alguns acreditam que isso pode diminuir o risco de um atentado terrorista eles resolveram arcar com prejuízo.

Outros defendem que o preço a se pagar, tanto em dinheiro quanto em diminuição de liberdades, é desproporcional ao benefício que essa medida pode trazer. Argumento que é sempre rechaçado com o velho "se isso salvar apenas uma vida, já valeu o preço".

O Brasil, sendo o país com dinheiro sobrando que é, pode, sem nem precisar fazer esse balanço entre custo e benefício, gastar a vontade com a identificação. Como tem um índice de criminalidade baixíssimo, pode deixar vários policiais federais nos aeroportos fazendo a identificação dos perigosíssimos velhinhos de cabelos brancos a procura de algumas mulatas. E como também tem uma justiça eficiente, pode deixar juízes, que certamente já deram cabo de todos seus processos pendentes, com tempo livre para ficarem preocupados com a "reciprocidade diplomática"...

De volta depois de um tempinho parado. Não, não saí de ferias, e também não foi falta do que escrever, mas eu simplesmente não estava com vontade. Sem vontade de ler e de escrever, até porque sem ler fica mais difícil escrever. Bom, não acredito que a vontade volte toda de uma vez, mas com o tempo voltamos ao "normal", se é que existe um...